Depois de se tratar com um terapêuta psicanalísta sem resultado ele parte para outra ajuda. A pós graduação em filosofia o ajuda a conhecer um grande filósofo do século XIX. Arthur Schopenhauer.
Na verdade o que acontece é um dos elementos catárticos descritos por Aristóteles na Poética: a identificação. Sim, Philip, o "paciente" se vê na mesma situação que Schopenhauer e acaba vendo que se a teoria schopenhaueriana serviu para aquele autor talvez poderia servir pra ele também.
O livro é um bom relato da terapia em grupo. Como fuunciona. Algumas técnicas etc. Se você for um aluno de psicologia e pensa em se tornar um terapêuta de grupo, uma boa leitura. Se você quer conhecer um pouco das teorias de Schopenhauer e algumas críticas a ela, boa leitura.
O mais interessante do livro é o inter-relacionamento de fatos históricos, alguns capítulos biográficos de Schopenhauer, com os capítulos metaficcionários.
O autor tenta levar por meio de alguns personagens sua opinião quanto a teoria pessimista de Schopenhauer. Pra ele a vida é muito sofrida. E pra se livrar desse sofrimento é só se desapegar das coisas materiais e de sentimentos. Porém, deve-se viver a vida no presente. Nunca esperar que um dia vai melhorar. Isso vai ao encontro da teoria nietzscheana e de encontro a teoria epicurista e cristã.
Todo esse contexto, esse enredo, na verdade serve de pano de fundo para tratar da morte iminente do Dr Julius, o terapeuta do grupo. Depois de descrobir que tem um melanoma maligno tudo muda, até seu jeito de tratar e cuidar do grupo. Dai a grande questão humanidade, inclusive tratado na "República" de Platão: quanto mais próximo da morte chegamos mais preocupados com o que vai acontecer ficamos.
O que realmente importa é que devemos viver o hoje e tentar viver o máximo porque conforme o próprio terapeuta do grupo, Dr Juliu Hertzfeld, morre-se melhor quando vive-se melhor, i. e., intensamente.