sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

Ewan McGregor deve desvendar quebra-cabeça em "A Passagem";



Em "A Passagem," que estréia nesta sexta-feira, o diretor Marc Forster joga com imagens de pesadelo, confusão de identidades e um psiquiatra herói que mergulha de cabeça na psicose. É um melodrama elaborado, que se passa no mundo sombrio entre a realidade e o sonho.
É como se Forster e o roteirista David Benioff estivessem imitando M. Night Shyamalan (de "O Sexto Sentido" e "Corpo Fechado"), enquanto tinham em mente o clássico do expressionismo "O Gabinete do Dr. Caligari".
"A Passagem" permaneceu na prateleira por mais de um ano, e o motivo disso é claro. Apesar da presença de um elenco talentoso, que inclui Ewan McGregor, Naomi Watts e Ryan Gosling, não há muita audiência para esse tipo de produção. O filme exige que o espectador reúna imagens e informações fragmentadas como em um jogo de quebra-cabeça, mas não chega a dar a esse espectador um bom motivo para fazer isso.
A música, o trabalho de edição e a angústia furiosa cada vez maior dos personagens tornam o filme irascível, e muita gente pode preferir sair da sala de cinema conforme as peças desse jogo ficam cada vez mais absurdas. Portanto, não espere que "A Passagem" fique muito tempo em cartaz.
A pergunta "O que é real?" foi colocada em filmes e peças quando o existencialismo estava em voga. Então, a surpresa aqui é que alguém faça essa pergunta de novo --e de maneira bem menos atraente que a dos existencialistas.
McGregor interpreta o médico Sam Foster, um psiquiatra que recebe a missão de cuidar de Henry (Ryan Gosling), um jovem estudante de arte ensandecido, depois que o médico deste adoece misteriosamente. A natureza experimental dessa relação sofre uma reviravolta quando o paciente anuncia o plano de se matar à meia-noite de seu 21o aniversário, isto é, daí a três dias.

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