quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O fracasso financeiro

Verão. Sol. Férias. Falta infra-estrutura nas praias paulistas.
Reinaldo tinha alugado um apartamento em Mongaguá.
Na hora de tomar banho, a decepção.
--Está faltando água de novo?
A mulher dele se chamava Silvana e aproveitou para criticar.
--Também... férias de pobre, o que você quer.
--Eu me mato o ano inteiro... e você nem para reconhecer.
O olhar de Silvana perdeu-se no horizonte azul.
--Se eu tivesse casado com o Luís Pedro...
--O que é que tem, o Luís Pedro?
--Era tão rico... Com ele, eu ia ficar num resort cinco estrelas...
Reinaldo saiu do apartamento com muita raiva dentro da alma.
--Vou tomar uma ducha lá no quiosque do Chicão.
Na avenida, tudo parado. Um sujeito gordinho tentava empurrar um Chevette 83. A visão foi extremamente agradável para Reinaldo.
--Luís Pedro! É você? Precisa de ajuda? Carrinho ruim, hein?
Laços de uma antiga amizade se reataram entre cervejas e pastéis.
O fracasso financeiro é como o mar. Mais de um rio nele desemboca.

Do blog do Marcelo Coelho na Folha ilustrada on line.

2 comentários:

Flavia disse...

Que interessante né? A mulher estaria em uma muito pior. Vamos valorizar as pessoas que temos com a gente hoje e não as que deixamos pra tras não é mesmo? Afinal as pessoas que deixamos pra tras só são grandiosas porque nunca convivemos com elas. rsos.

Anônimo disse...

Você também tem toda razão, inclusive, por nos visitar. Muito obrigado e volte sempre que puder. Um abraço.

Com relação ao que foi postado, parace mesmo que miséria chama miséria e dinheiro chama dinheiro, é incrível, como este ditado que parece tão velho e sem fundamento ainda tem reflexos bem verdadeiros...

té mais!