domingo, 2 de dezembro de 2007

Lady Chatterley de D. H. Lawrence


Capitu? Emma Bovary? Luísa?

Não.

Constance Reide , é mais do que uma personagem, é uma força interna projetada em forma de mulher.

Essa jovem, bela e rica mulher burguesa do início do século 20, casa-se com Clifford Chatterley, um rico militar, dito bom partido; mas o que estava acontecendo no início do século 20? Isso mesmo: A 1º Grande Guerra. E aquele bom partido foi a guerra e voltou "partido": paraplégico.

Paralisia no começo do casamento não é nada bom.

Dai, a jovem Constance, chamada de Connie, começa a viver uma vida pacata no interior. Cuidando da casa, dos empregados, uma vida caseiro-burocrática. O filme chega a mostrar a vida dela como sendo um verdadeiro tédio. A fotografia mostra as estações passando e nada acontecendo, verão, e nada, outono, e nada, iverno, e nada!

Mas, um dia, tudo muda. Connie vê, e através de um processo, que não sei se é pelo inconsciente coletivo ou pela quebra do superego, através das visitas à cabana onde trabalha o Caliente Parkin, que ela começa a se interessar por esse Homem. Dai tudo se desencadeia...

Ela vai começar a ver e sentir a vida de uma maneira diferente. Sexo na grama, na chuva, num casebre... e sexo não como obrigação, mas como uma válvula de escape da sua realidade enfadonha. Ta certo que o filme parece meio pornográfico, mas quem leu o livro já sabe do que acontece e é isso mesmo que o D H Lawrence quis passar, o sexo como meio de vida, a valorização da emoção do corpo durante o ato!

O toque, o cheiro, a lembrança... todos os elementos mostram uma Connie renovada, mesmo presa ao marido deficiente. Presa no sentido de estar casada.

O filme tem alguns elementos interessantes.

Crítica ao capitalismo selvagem que explorava as pessoas desprovidas de capital, isto é, os proletários.

Destaca uma filosofia bem interessante. O marido rico e que se diz culto diz que Parkin é um xulo, mas é Parkin quem faz a seguinte observação: "o que sei é que tenho esta vida pra viver"; se tem uma outra vida ninguém tem O ARGUMENTO pra provar, mas eu tenho todos ao meu lado pra comprovar que esta vida é fatual e a tenho pra viver.

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