quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Ler um conto e tirar um ponto

Um dona de casa comportada, atenta e super altruísta. Essa é Evelyn Couch, atriz principal do filme "Tomates verdes fritos". Uma adaptação do livro de Fannie Flagg, Fried green tomatoes at whistle stop cafe.
O filme é belíssimo em mostrar uma senhora de 82 anos, Ninny Threadegood (o sobrenome é o mesmo da personagem da história contada por ela) contando a história de Idge e Ruth. Essa contação da história se dá em um hospital. A senhora Ninny está no hospital cuidando de uma amiga e Evelyn vai lá visitar a tia do marido, que não gosta dela. Veja só o altruísmo de Evelyn.
Ao passo que a senhora Ninny vai contando a história a Evelyn, por um efeito catártico, ela começa a mudar. Sua luta diária pra esquentar seu casamento, seu relacionamento com as outras pessoas e dai por diante. Ela começa inclusive a introjetar elementos da narativa do personagem em sua vida.
O lesbianisno é tratado no filme mais como um elemento "metafísico". Ruth e Idge, de acordo com o conto do Fannie Flagg, são íntimas demais, e o filme mostra apenas uma amizade incondiscional. Entretanto dá pra perceber alguns elementos que corroboram essa tese do lesbianismo, seja no beijo na lagoa; na convicção em tirar Ruth das garras do marido que bate nela; ou na hora de sua morte que Idge sente as dores da perda de um grande amor!
Com um retrato maravilhoso da vida de pessoas do interior e do verdadeiro sentido da vida, que nas palavras de Ninny é "ter verdadeiros amigos", o filme esboça a vontade de sempre querer as pessoas que amamos por perto sem ser egoístas a ponto de não percebermos a hora de sair de cena.

Nenhum comentário: