quinta-feira, 17 de abril de 2008

δίδυμη ψυχή

Os gregos diziam que existiam as almas gêmeas (δίδυμη ψυχή). Será verdade?
Houve um tempo em que os seres que habitavam esta Terra, eram seres de dois pares de pernas e dois de braços, possuiam duas cabeças e dois troncos, porém, uma única alma. Por motivos que se desconhecem (isso é típico nos deuses) aqueles seres superiores lançaram relâmpagos pra todos os lados que atingiram aqueles seres de dois corpos unidos que dividiam a mesma alma.
Eros e Afrodite (ou cupido e vênus) tentaram ajudá-los, mas não deu.
Depois daquela batalha, os corpos agora separados e com metade da alma, sairam em busca da outra metade de sua alma...
(...)
Mariazinha era muito religiosa, adorava ao criador como ninguém; um exemplo de castidade. O diabo, então, tentava Mariazinha para ela cair em tentação e não mais fazer parte da adoração a deus. Um modo que o diabo dispunha de atentar Mariazinha era aumentando a temperatura da Terra, assim Mariazinha faria de tudo (assim pensava o diabo) para se satisfazer, esquecendo de deus. Mas não, Mariazinha rezava mais, e pedia a deus que a ajudasse, então deus mandava a chuva. A dádiva de deus para aqueles que o adoram, o alívio.
(...)
Do nada Deus tira um ser da terra. Esse ser é perfeito. Completo. Dotado de pura sabedoria, tanto é que a ele foi encarregada a tarefa de taxonomia frente a todos os animais e plantas. Aquele ser estava sozinho. Ah, criemos uma companheira pra ele. E dai surgiram os seres humanos. E devida à inperfeição de um homem perfeito, sim porque a curiosidade mórbida é uma imperfeição, aquele ser perfeito deixou de ser perfeito e transfere através de sua carga genética o pecado.
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Existe alguma diferença entre os mitos dos gregos com os mitos aceitos hoje em dia?
Sim, existe uma diferença: os de antes não são aceitos mais, e os de hoje são a palavra do único deus verdadeiro que amou tanto o mundo que deu seu filho unigênito para nos salvar de uma condição sisífica imposta por um deus experimentalista, que adora assistir a grande peça sofoeuripidiana... seja lá qual for o maior tragediógrafo grego.
(...)
Freud dizia que uma maneira de se proteger é através do processo de negação. Eu protejo minhas crenças negando aquilo que não vai ao encontro dela. Foi de encontro ao que eu acredito, logo não é verdadeiro, não procede da mesma fonte.
Sendo assim eu entendo quem julga, quem condena e/ou quem acha que está com a verdade: isso é apenas uma maneira inconsciente de se proteger.

3 comentários:

H. Henrique disse...

Seu mal (se é que existe um) é pensar demais, e esquecer de colocar em prática!

Sobre seu comentário no meu blog, logo um post poderá esclarecê-lo qto ao meu ponto de vista!

Polly Ana disse...

Simplesmente não há porquê falar em diferenças dos mitos antigos e dos mitos modernos. Há sim o falso pano de fundo da claudicante verdade, que é resquício do empirismo e cientificismo parcial. Estamos sob a égide de uma 'realidade' parcializada, a qual acreditam ser a única e contra ela não cabe questinamentos alienantes, como coloca Machado de Assis em seu alienista... As coisas não mudan, meu caro, muito mesmo são contínuas, cabem apenas em um proceso de readequações cheio de rupturas e sem ordem lógica que a história normativa tenta, procustianamente, colocar em uma caixa... As situações se repetem em ânimo sisífico, não mudam, não são novas e não inovam... Simplesmente se readequam em um niilismo à lá Quincas Borba e Brás Cubas!!!

Lia Sophia disse...

Dizem os teosofistas que "não há nada maior do que a verdade". Concordo. Mas, (lá vem o mas...)onde está a verdade?Quantas verdades são necessárias para que se atinja UM PONTO DE CONCORDÂNCIA,por mínimo que seja, em qualquer discussão?Ainda bem que o dado tem inúmeros lados...